quarta-feira, 24 de julho de 2013

Sobre a eternidade

Logo depois de ler sobre o Livro, “esse instrumento que é extensão da mente, da memória”,  li um texto sobre a imortalidade pessoal. Morre o corpo e a alma? Ou a alma transmigra eternamente de corpo em corpo?  Há quem diga que tudo tem vida. Do metal inanimado ao Homem. Porém nós, seres humanos, somos os únicos que temos a consciência de nossa existência.

Fiquei pensando no que eterniza a gente. Escritores são imortalizados por suas palavras. Mas essas mesmas palavras morrem a cada ponto final. Chegam a um fim, logo, não são eternas.
Eis o paradoxo: escrever para ser eterno e morrer a cada letra.

Ao lermos um poema, sentimos o principio dos versos, somos transportados para o instante em que esta sendo escrito.  Sinto-me amigo intimo de Borges. “O que achou?” ele me diz. “Creio que deva publicar” respondo.

Queremos viver a qualquer custo, pensamos no futuro individual e da humanidade. Mas e o passado?
Eu quero morrer a cada verso. Nascer a cada leitura.
A memória de meu passado, o conhecimento de minha infância, mesmo que seja distorcido pelo tempo e o momento, é a minha eternidade. Serei eterno enquanto existo.  Depois serei memória.

1 Diga lá::

Anônimo disse...

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