Logo depois de ler sobre o Livro,
“esse instrumento que é extensão da mente, da memória”, li um texto sobre a imortalidade pessoal.
Morre o corpo e a alma? Ou a alma transmigra eternamente de corpo em corpo? Há quem diga que tudo tem vida. Do metal
inanimado ao Homem. Porém nós, seres humanos, somos os únicos que temos a
consciência de nossa existência.
Fiquei pensando no que eterniza a
gente. Escritores são imortalizados por suas palavras. Mas essas mesmas
palavras morrem a cada ponto final. Chegam a um fim, logo, não são eternas.
Eis o paradoxo: escrever para ser
eterno e morrer a cada letra.
Ao lermos um poema, sentimos o
principio dos versos, somos transportados para o instante em que esta sendo
escrito. Sinto-me amigo intimo de
Borges. “O que achou?” ele me diz. “Creio que deva publicar” respondo.
Queremos viver a qualquer custo,
pensamos no futuro individual e da humanidade. Mas e o passado?
Eu quero morrer a cada verso.
Nascer a cada leitura.
A memória de meu passado, o
conhecimento de minha infância, mesmo que seja distorcido pelo tempo e o
momento, é a minha eternidade. Serei eterno enquanto existo. Depois serei memória.
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